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Eu sangro nesses versos
Tal uma árvore numa serra
Eu sou a paisagem vazia
Que surge depois que ela tomba
Eu sangro nesses versos
Como os pulsos duma suicida
Eu sou a pele da empregada de ébano
Que limpa a morte dela
Eu sangro nesses versos
Igual ao o Domingo irlandês
Eu sou segunda-feira sombria
Que nasce sobre treze mortos
Eu sangro nesses versos
Todo sangue que possuo
Eu morro nesses versos
Mas vivo toda eternidade
Eu sou o poeta
Mário de Andrade
Baden Powell e Vinício de Moraes.Tristeza e Solidão
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